Friday, June 13, 2008

Réquiem

Pequena náu de papel, solitária a descer rio qualquer. Singrando ao sabor da corrente; tempo a correr. Implacável com quem se acomoda, desleal com quem se ignora.
No passado nem tudo eram flores, mas quem ousaria dizer o contrário? Desafia a corrente quem tem esperança, ou quem sabe que a fantasia pode mais que o real.
Se esquece os caminhos, encontra o futuro num buraco qualquer. Tão fácil é perder a direção. Marujos navegam si mesmos buscando a luz-guia, pedindo licença ao mundo dos sonhos, pedindo passagem ao mundo dos homens. Sonham que sonham e enquanto sonham percebem que sonham com criaturas de plástico e flores de papel.
E o rio alcança a imensidão do oceano, maré que açoita outras náus. Seriam todas irmãs de uns filhos únicos, buscando a resposta na luz qualquer de um farol?
A Lua vermelha sobe ao céu num instante. E o instante é só um instante... Salvação ou declínio. Luz-guia, tanto faz; ela sempre é o que quer, quase sempre sem querer, sabes que nunca é igual. O que é sempre igual nem sempre a agrada.
Carece de se entender que talvez falte pouco. O mundo dobra logo adiante, dali para frente é só precipício. A correnteza mais forte arrasta sonhos e náus de papel rumo à imensidão da memória, catarata sem fim. Rumo à uma terra de peixes fora d'água, realidade devastada de quem tanto se esforça, que acaba um dia se tornando, ao partir, um mero nome de rua.

1 Comments:

At June 16, 2008 5:17 PM, Blogger Unknown said...

putz, luizera, que bosta. nunca li um lixo tão grande. aquela capa da revista veja com a pintura do dali que a gente fez na faculdade era melhor que essa porcaria. você me decepciona. peça desculpas, abaixe a cabeça e pare de escrever.
grato.
igor

 

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